terça-feira, 13 de abril de 2010

É assim que eu me justifico, nessa confusão que sou eu!

É no frio silencioso da noite que me passa pelo peito a angústia, a cada momento mais próximo do limite da batalha que travo diariamente para manter integra minha noção das coisas, um senso tão simples que parece não fazer sentido, pois o óbvio não é mais o bastante pras pessoas e isso me confunde.
Espero no anoitecer a reflexão que fere e marca minha personalidade, a fuga mal sucedida do meu desespero, que se assemelha a desesperança, mas esperança não me falta, não penso em nada mais do que me curar. Curar dos vícios que mantive e cultivo, arrancando assim essa incerteza que me afronta e bate na minha cara todos os dias, a distante razão que se perde numa loucura magnífica, tão sólida que nem parece mais incerta nem loucura, uma maldição que carrego do berço de onde nasceu toda minha apatia. 
A voz que me acompanha no âmago não é culpada, como um bom ouvinte, eu me perdi em alguns sentidos. Sou cego do certo, surdo do errado e mudo do indiferente, mas por dentro me rasgo. 
Não me alto questionei o bastante pra fugir das armadilhas que me foram impostas e que hoje desarmo em meu interior, pensei demais. 
Vou por coordenadas que não levam a lugar algum, mas sempre me indicam uma direção, foram delas que surgiram essas palavras e será delas que começarei a fazer sentido.
Facilitando o entendimento, digamos que eu sou o resultante de vários que já fui e que ainda virão, vou me moldando em volta de uma essência imutável, a base do meu ser e da minha singularidade. Sou uma constante busca de entendimento, uma pergunta que muta por precisar de novas respostas, mas sempre inabalável na minha noção das coisas e no bem que prego. 
 
Por obra da natureza as leis básicas da vida têm sempre razão, você paga pelo seu erro, você cresce pela sua derrota, você vive por sua vontade e se me entender, você verá que chora pela sua vitória, chora, porque há sempre alguém que perde e eu não consigo não pensar nisso. Coloco-me na situação de quem sofre mesmo sabendo que é necessário, por mágoas foi lapidada minha razão fundamental e por um confuso senso de justiça tudo é respondido no fim, sem precisar derramar uma gota de mentira.

A manhã me cai como aviso, o dia marca o fim de mais uma noite de guerra, o corpo levanta fraco pela luta que se trava no profundo raso da consciência que me guia. Não é a falta de maldade que me estraga, capaz eu sou, assim como o caruaru tem seus espinhos, suas defesas. O que me atravessa é sim a falta de vontade de viver sob essa influência, não querer o mal apesar de sempre esperar por ele, mas vou tentar não desacreditar ninguém. 
Afogo-me na total aversão ao mundo que me consome. Nos erros que me rodeiam e que não pretendo dar razão jamais. Não pretendo girar se o carrossel girar oposto a mim.
















É tácito pensar na forma amarga que as pessoas acreditam no amor. A descrença que gera a desconfiança que gera a dor, a dor que nasce como uma flor regada pelo desapego daqueles que falham ao primeiro sinal de medo.
Os seres humanos pra mim são coiotes, ao primeiro sinal de fraqueza afiam os dentes para os mais próximos e tentam se proteger. São solitários por escolha própria na sua existência confusa, vivendo em constante desarmonia, sozinhos. 
A natureza do caráter é o início de qualquer bem ou mau, é o começo de quem você vai se tornar. É o inicio da escolha, e então a humanidade insiste em viver no fim, divide com a indiferença a mesma cama, se cobre dos pés a cabeça e sente seu cheiro de perto. Enfim, por mais que seja assim, ainda há na clareira um vento leste que sopra sereno, que mostra algumas verdades. 
O que pra alguns é ser "vulnerável" pra outros sempre será nobreza.

O que me mata é o que me alimenta, o que me indigna é o que me preserva, é o que me mantém íntegro o bastante pra não trastejar, é o peito sem fôlego que grita. Que cala a voz tentadora que me acompanha nas horas que mais me questiono, a qual me mostra caminhos fáceis tentando me corromper, mas é sempre a que me lembra de ser humano, um ser humano que não afia os dentes pros coiotes que rosnam.


Não que eu não goste do homem, apenas aprendi a amar o resto da mesma forma...
Passei a usar meus olhos.

Agora vou lhes contar como vi as cores que se perderam...
Essa é a estação das flores e sejam bem vindos!

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